No cotidiano do mundo colonial, hispânico ou português, a força militar predominante foram as forças auxiliares, a partir da segunda metade do século XVIII denominadas milícias. Tratava-se de unidades militares, comandadas por potentados locais, que eram também responsáveis por sua organização, treinamento e sustento. Como o recrutamento era de base territorial, realizado entre a população local, ainda que de forma segregada, as milícias incorporavam em suas fileiras indígenas, pretos e pardos livres. O objetivo deste evento é criar um espaço de debate entre especialistas para avançarmos na seguinte agenda: 1) refletir sobre a experiência de homens pretos, pardos e indígenas, em uma sociedade na qual o tráfico de escravizados avançava exponencialmente e, de forma simultânea, crescia a população de afrodescendentes libertos e livres; 2) entender se e como o processo de institucionalização das milícias desestabilizou a ordem colonial; 3) avançar na compreensão da circulação de novas ideias, tal como merecimento e direitos, entre oficiais e soldados milicianos, e como eles as entendiam no quadro novo de ideias liberais; 4) refletir sobre a circulação de oficiais milicianos no circuito Portugal, Rio de Janeiro e Angola; 5) discutir o lugar ocupado por essas milícias na Independência e na construção do Estado imperial; 6) refletir sobre o impacto da dissolução das milícias em 1831-32.